Venham conosco conhecer a mais bela e mais assustadora obra-prima dos classicos Disney, Branca de neve e os Sete anões. Vamos para os bastidores deste grandioso filme, conhecer os seus procedimentos e o que foi preciso para que ele se tornasse o pioneiro entre a maestria de Disney em longa-metragens de animação. Sentem-se na poltrona e viagem através do tempo para conhecer tudo o que faz desde filme o maior dos ultimos anos.
• BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES marcou a história do cinema para sempre, sendo o primeiro longa-metragem animado da América a ser produzido. Walt arriscou tudo o que tinha para faze-lo. Seus esforços foram recompensados quando o filme lucrou milhões nas bilheterias.
• Um dos primeiros filmes que Walt Disney assistiu foi BRANCA DE NEVE, uma versão muda de 1916 estrelada por Marguerite Clark. O assunto sempre interessou Disney, que teve a idéia de produzir um animado sobre o tema.
• Antes de resolver fazer BRANCA DE NEVE, Disney teve a idéia de um longa-metragem baseado em ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. A heroína seria interpretada por Mary Pickford, enquanto o resto dos personagens seriam animados pelos artistas do estúdio. Testes em Technicolor foram tudo o que restaram do projeto.
• Depois de um jantar em uma noite de 1934, Walt chamou seus artistas ao seu estúdio. Os animadores ficaram chocados e encantados ao mesmo tempo, ao ouvir que eles trabalhariam em um longa-metragem. Todos começaram a ficar excitados na medida em que Walt contava o conto de BRANCA DE NEVE, representando partes da história e interpretando seus personagens. Isso foi o bastante para persuadir os artistas, que saíram da sala convencidos, assim como Walt, de que eles fariam um filme de grandes proporções.
• Walt estimulou inicialmente o orçamento do filme para $250,000 – o custo final acabou sendo $1,5 milhão!
• Quando Disney anunciou em 1934 que iria produzir um longa-metragem animado, a mídia considerou a idéia insensata, e certos de que o filme iria falhar, chamaram-no a de “a tolice de Disney”. Era dito que as pessoas nunca suportariam ficar de 80 a 90 minutos assistindo as cores brilhantes da animação (supostamente machucariam os olhos) e piadas que deixariam todos cansados. Walt provou que eles estavam errados. Em uma viagem feita à Europa, Disney encontrou cinemas que exibiam de 8 à 10 curtas do seu estúdio empacotados em uma única seção, e as platéias adoravam. Ele concluiu se eles faziam isso com Mickey Mouse, fariam o mesmo com um animado bem produzido e com uma estória intrigante.
• Para estimular seu time, Walt Disney anunciou que iria oferecer $5,00 dólares para cada boa “gag” (piada) utilizada no filme (nos dias de hoje se consegue $50 ou $100). A gag da cena em que podemos ver os narizes dos anões aparecendo em seqà¼ência atrás das camas foi idéia de Ward Kimball – que recebeu $5,00 dólares por ela.
• No conto original dos irmãos Grimm, os anões não possuíam nomes nem personalidades específicas. Para a versão de Disney, mais de 50 nomes e personalidades foram elaboradas. Outras mudanças foram feitas na transição do livro para o filme, como as diversas tentativas da Rainha de matar Branca de Neve que foram reduzidas a uma, e o final, na qual o Príncipe pede aos anões para levar o caixão da princesa para seu castelo. No caminho, os serviçais, carregando o esquife, tropeçam em uma pedra, fazendo a maçã envenenada pular da garganta da princesa. Na versão Disney, o final foi escrito de maneira diferente: o encanto da maça envenenada poderia ser quebrado apenas pelo primeiro beijo de amor, e é exatamente o que acontece quando o Príncipe encontra Branca de Neve jazendo em seu esquife de ouro.
• Em 1934, quando se começaram a estudar os design dos personagens, muitos pareciam com os personagens das “Silly Simphonies” (Sinfonias Tolas). Walt percebeu que seu filme apenas seria um sucesso se eles fugissem dos conceitos mais cartunescos, e procurassem fazer algo mais aproximado da realidade.
• Em outubro de 1934, foi distribuído no estúdio uma folha descrevendo os anões: Wheezy, Jumpy (com voz de Joe Twirp), Baldy (com voz de Cliff Arquette), Grumpy (com voz de Sheriff ou Pinto Colvig), Happy (com voz de Wirtle ou Pinto Colvig), Doc (com voz de Ed Holden ou Billy Bletcher) e Sleepy (com voz de Sterling Holloway). Também havia idéias para os seguintes nomes: Hickey, Gabby, Nifty, Lazy, Puffy, Stuffy, Short, Weezy, Burpy, Dizzy e (pela primeira vez) Dopey. Dos anões citados, apenas cinco foram utilizados no filme: Grumpy (Zangado), Happy (Feliz), Doc (Mestre), Sleepy (Soneca) e Dopey (Dunga). Deafy (Surdo) foi excluído porque Walt não queria transformar deficiências físicas em motivo de sátira.
• Dunga foi o anão que deu verdadeiras dores-de-cabeça aos artistas no começo da produção. Estava sendo muito difícil encontrar uma personalidade ao personagem assim como uma voz adequada. Testes de vozes foram feitos, mas estes soavam muito parecidos com a voz de Mestre. Então foi resolvido não dar voz á Dunga – não por ele ser mudo, mas pelo motivo dele nunca ter aprendido a falar. O problema da personalidade foi resolvido quando o animador Ward Kimball descobriu o ator Eddie Collins, e o convidou para ir ao estúdio desempenhar de improviso um pouco das reações de Dunga no filme. Graças à interpretação de Collins, Dunga ganhou uma personalidade bem definida e se tornou um dos anões favoritos do pessoal da produção. Edie Collins também inspirou os passos de Feliz na dança da festa dos sete anões.
• Zangado representa os cínicos da platéia – aqueles que chamaram o filme de “a tolice de Disney”.
• Em alguns rascunhos iniciais, BRANCA DE NEVE era loira e tinha cabelos encaracolados. Mas esse design foi esquecido, já que o Espelho Mágico descrevia seus cabelos como “negros como o ébano”.
• A Rainha teve uma grande evolução desde seu conceito original. De uma mulher baixa e gorda, ela tornou-se uma pessoa atraente com uma beleza fria. Pode-se dizer que virou uma personagem totalmente diferente. Ela também oferecia grandes possibilidades com seu vigor e destreza, suas roupas fluídas e sua paciência majestosa, tudo vindo dos clássicos contos de fadas. Nenhum animador tinha tentado captar esses tipos de sentimentos em uma série de desenhos antes. Mesmo com modelos e fotografias para estudar, criar cena-por-cena carregadas de emoção era algo totalmente novo para eles.
• Walt Disney escolheu os diálogos da Rainha cuidadosamente, pesquisando frases que combinavam com o estilo da personagem, assim como eram certas para as emoções expressadas.
• Wollie Reitherman foi o supervisor de animação do Espelho Mágico, um personagem que representou um grande desafio para animar, pois ele era apenas uma face flutuando no espaço – ele apenas “estava lá”. Wollie re-animou as cenas do personagem cerca de nove vezes, e nunca ficou totalmente satisfeito com seu trabalho. Segundo ele, a animação “nunca ficou exatamente o que deveria ser, há sempre mudanças a fazer…”. E o irônico é que no filme foram adicionados efeitos de fogo, fumaça e distorção sob a animação do Espelho, e Reitherman disse “eu acabei nunca vendo o que fiz, de qualquer modo!”.
• Os cineastas estavam inseguros em nomear o último anão de Dopey (Dunga), pois soava muito moderno. Referências a Shakespeare aliviaram esse problema.
• O laboratório da Rainha foi inspirado pelos trabalhos dos diretores mestres do terror, James Whale (Frankenstein) e F.W. Murnau (Nosferatu).
• Os seguintes conceitos foram excluídos durante a produção:
- O Príncipe foi planejado inicialmente para ser um jovem conquistador, que faria de tudo para impressionar Branca de Neve. Depois disso, ele seria preso pela Rainha no calabouço, e escaparia com a ajuda dos pássaros depois da Bruxa ter saído para encontrar Branca de Neve. Depois de uma fuga cheia de duelos de espada, ele chama seu cavalo e lhe diz para seguir a Bruxa. Como o cavalo nada entende, eles tomam o caminho errado. Um dos motivos desta idéia ter sido descartada foi a dificuldade de animar o personagem. A idéia de a vilã aprisionar o herói foi usada anos mais tarde em A BELA ADORMECIDA (1959);
- Originalmente, a seqà¼ência da fuga de Branca de Neve pela floresta seria mais extensa e haveria mais música na marcha dos anões para casa;
- Haveria uma gag final com Soneca e a mosca, onde o anão a encurrala dentro do esquife de vidro, depois do despertar de Branca de Neve;
- Chegou a se considerar que a Bruxa primeiro tentaria matar Branca de Neve com um pente enfeitiçado, como no conto original. Quando isso falha, ela joga o Príncipe no calabouço, e apresenta uma dança de esqueletos para seu entretenimento. Um dos esqueletos era identificado como “Prince Oswald”;
- Inicialmente, a seqà¼ência da musica “Some Day My Prince Will Come” mostraria Branca de Neve sonhando dançar com o Príncipe nas nuvens, em uma grande seqà¼ência. O conceito do casal dançando nas nuvens foi aproveitado na cena final de A BELA ADORMECIDA.
• Houve muita discussão de como a cena em que o Caçador se aproxima para matar Branca de Neve deveria ser apresentada. Walt estava preocupado de como seria a reação da platéia quanto a idéia de um desenho matar outro desenho. Eles achariam engraçado ou sentiriam a verdadeira emoção que os animadores queriam transmitir? A resposta veio na premiere do filme. Segundo o animador Ward Kimball, ele mesmo podia escutar as pessoas chorando durante a cena em que os anões tiram suas toucas e se ajoelham em volta do esquife de Branca de Neve.
• Adriana Caselotti tinha 18 anos quando foi selecionada para fazer a voz da heroína Branca de Neve. Walt estava procurando uma voz doce e natural que pudesse cantar e interpretar como uma menina. O pai de Adriana ensinava música em Nova York, então Walt perguntou-lhe se algumas de suas alunas poderiam fazer testes para o papel, mas depois de ouvir a voz de Caselotti, ele concluiu que sua busca havia terminado. A jovem seria chamada ao estúdio por 44 dias dentre os dois anos da gravação dos diálogos e canções para o filme.
• A atriz Deanna Durbin chegou a ser selecionada para o papel de Branca de Neve, mas foi descartada por Walt, pois ele achou que sua voz soava “muito velha” para a princesa.
• Lucille LaVerne foi escolhida para os dois papéis, a Rainha e a Bruxa, por sua versatilidade vocal. Ela tinha sido uma boa atriz de estágio e também atuara nos primeiros filmes do cinema, onde as ações tinham que ser mais largas e exageradas. Desde que esses filmes eram mudos, parecia que haveria pouca conexão entre a voz e os gestos, mas Sra. LaVerne interpretou ambos os papéis com tamanha expansão de personagem. Como a Rainha, ela era fria e dominadora; como a Bruxa, ela mudou sua voz real para a de uma velha mulher, convincente e assustadora.
Quando LaVerne começou a gravar seus diálogos como a Bruxa, o diretor de gravação comentou que a sua entonação estava muito clara, parecida demais com a Rainha. Pedindo licença, a atriz voltou com uma voz retumbante que superou as expectativas do diretor. Curioso, ele perguntou o que mudara. Em um sorriso desdentado, ela explicou que havia retirado um de seus dentes postiços.
• A Rainha também aparece como “Rainha Grimhilde” nas publicações Disney da década de 30.
• Lendo um artigo de “Variedades” que dizia que estavam a procura de alguém para fazer a voz de Atchim, personagem do novo animado de Disney, o comediante Billy Gilbert contatou Walt pelo telefone para dizer que uma de suas especialidades no humor eram espirros cômicos. O ator passou nos testes, e foi contratado para fazer a voz de Atchim. Em 1947, ele fez a voz do Gigante Willie de COMO É BOM SE DIVERTIR (Fun and Fancy Free).
• Algumas “Silly Simphonies” serviram de testes para BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES. “The Old Mill” marcou a estréia da câmera multiplano, que foi testada, assim como vários efeitos especiais utilizados em BRANCA DE NEVE. Em “Babes in the Woods”, pôde-se trabalhar com a fórmula ‘anões e bruxa’.”The Godess of Spring” deu aos animadores o desafio de estudar a animação humana, que teria uma grande evolução em BRANCA DE NEVE.
• Com BRANCA DE NEVE, os artistas da Disney teriam de enfrentar problemas que nem eles nem ninguém imaginaram antes! A começar por detalhes puramente técnicos. Até então, todos os desenhos de animação eram feitos em folhas de papel de 9,5 por 12 polegadas – layouts e fundos também tinham essas dimensões. Os desenhos eram então copiados e pintados sobre folhas de celulose exatamente do mesmo tamanho e enviados ao departamento de câmeras, com os fundos apropriados. A câmera podia, então, ser ajustada para fotografar o cenário inteiro ou pequenas partes, se era necessário um close. A área a ser fotografada era chamada “field” (campo). O tamanho do papel da animação determinava a largura possível do field, que era conhecida como “five field”. Logo que a produção de BRANCA DE NEVE entrou em andamento, ficou evidente que o tamanho do campo seria inadequado para muitas das animações. A cena na qual Branca de Neve deve aparecer com os sete anões, ou com cinqà¼enta animaizinhos da floresta, significaria que cada personagem teria de ser desenhado numa escala diminuta, tornando o trabalho do animador extremamente difícil, se não impossível.
Para ultrapassar esse problema, um novo tamanho de campo -”six-and-a-half” (seis-e-meio) foi incorporado, o que implicou que uma série de novas pranchas de animação, de escala de fotogramas, de tinta e pintura tiveram de ser desenhados, construídos e instalados; e as câmeras tiveram de ser adaptadas para tomadas do novo campo. Assim mesmo, algumas tomadas em traveling demandavam personagens que apareceriam tão pequenos na tela que mesmo essa modificação era inadequada para as necessidades dos animadores. Para contornar o obstáculo, recorreu-se a reduzir os desenhos fotograficamente – uma solução mecânica que permitia aos artistas trabalhar numa escala adequada.
• Um programa de treinamento foi iniciado informalmente na casa do animador Art Babbit, e depois foi movido para o estúdio quando tornou-se enormemente popular. Don Grahan, um renomado instrutor da Chouinard Art Institute ficou envolvido no treinamento dos animadores. Ele os ensinou como fazer simples e diretos desenhos que poderiam comunicar e dizer alguma coisa. Suas aulas de análise de ação com modelos reais provaram ser de bastante ajuda e, como resultado, Branca de Neve ficou livre dos movimentos desajeitados que atrapalharam a personagem do curta “The Godess of Spring”.
• Para ajudar os animadores a criarem personagens com movimentos mais realistas, foram filmados atores reais dançando e atuando, para dar inspiração aos artistas. Marjorie Belcher (que se tornaria Marge Champion do famoso casal de dança Marge e e Gower Champion) interpretou as ações de Branca de Neve, enquanto Louis Hightower era responsável pelo Príncipe. O ator Don Brodie era caracterizado com uma capa negra e um longo nariz para servir de modelo para a Bruxa. Essas gravações foram usadas como guias pelos animadores.
• Para estudar a anatomia humana, foram feitos modelos tridimensionais de cada personagem e de alguns cenários usados nos filme, algo que é feito até os dias de hoje.
• As proporções das figuras e adaptações ao vivo foram alteradas para evitar o estilo irreal que uma cópia direta iria criar. De fato, o tamanho da cabeça de BRANCA DE NEVE é aproximadamente o dobro do modelo humano, enquanto sua cintura foi reduzida para as proporções de um desenho.
• Descontente com as bochechas extremamente rosadas de Branca de Neve e a linha rústica de seu cabelo, uma mulher do departamento de tinta-e-pintura desenvolveu seu próprio método para colorir as celulóides da personagem: aplicando batom e blush, assim como outros tipos de maquiagens diretamente nas células.
• Frank Thomas, um dos encarregados de animar os anões, lembra que em uma das cenas, Dunga deveria dar uma ligeira corridinha para acompanhar os outros anões. “Isso estava no storyboard, não foi idéia minha!”, ele conta. “Assim, o fiz dar uma corridinha. Walt disse ‘Ei, isso é bom! Deviríamos faze-lo dar dessas corridinhas o filme todo.’ Naturalmente, um bocado de coisas já estavam animadas, mas ele pediu todas as cenas de volta para acrescentar as corridinhas. Os caras vieram pra cima de mim e perguntaram ‘Essa maldita idéia de corridinhas foi sua?’.”
• Um dos destaques do animado são suas fantásticas cenas com grande profundidade criadas pela câmera multiplano, a câmera de vários planos independentes usada para criar cenários 3D. Quando a produção de BRANCA DE NEVE começou, a câmera multiplano ainda não estava pronta. Assim, as cenas que já estavam prontas tiveram de ser re-filmadas, agora utilizando a moderna tecnologia.
• Após uma viagem para a Europa, Walt retornou com ilustrações do conto de fadas BRANCA DE NEVE para ajudar no processo de animação.
• As seguintes cenas foram cortadas do filme, mesmo depois da animação ter sido quase ou totalmente completada:
- A Bruxa prepara uma poção em seu caldeirão para enfeitiçar a maçã que irá dar à Branca de Neve. Foi a única cena que já havia sido totalmente colorida;
- Os sete anões comem a sopa que Branca de Neve fizera para eles ao som da canção “Music in Your Soup”. Na janta, Dunga acaba engolindo a colher, forçando os anões a usar um método nada convencional para tirá-la de sua barriga. A cena foi totalmente animada por Ward Kimball, e mostrada por Walt em seu programa de TV;
- A briga de Zangado e Mestre na decisão de deixar Branca de Neve ficar na cabana;
- Os anões decidindo o que fazer para presentear Branca de Neve e, logo após, construindo uma cama para ela.
• A trilha do filme era inspirada por operetas populares, mas Walt queria evitar influências contemporâneas para manter o sentido de contos-de-fadas nas canções.
• Foi cogitado o uso de canções famosas na cena em que os anões cantam para entreter Branca de Neve, mas Walt achou melhor usar uma composição da autoria do estúdio.
• Das 25 canções escritas para o filme, apenas 8 foram utilizadas. Uma das canções cortadas chamava-se
“You’re Never Too Old To Be Young”, que seria cantada pelos anões para entreter Branca de Neve. A canção foi substituída posteriormente por “Silly Song”.
• No início de 1937, a equipe corria contra o relógio para finalizar o filme. Mas devido a uma crise no estúdio, BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES não poderia ser finalizado. O irmão de Disney, Roy, concluiu que seria preciso de $250.000 para acabar o animado. Assim, Walt levou trechos de filme finalizado para apresentar à vários banqueiros como garantia de empréstimo. Joe Rosenberg, do Bank of América confiou no sucesso de BRANCA DE NEVE e ajudou cedendo o empréstimo.
• Em janeiro de 1937, testes de efeitos de iluminação mostravam Branca de Neve em um vestido rosa, o que mostra que as cores usadas na personagem continuavam em estudo, mesmo faltando menos de um ano para a estréia do filme.
• BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES foi o primeiro longa metragem feito totalmente em Technicolor. Assim, uma palheta de cores mais suave foi usada, pois os cineastas ficaram tementes que as platéias não fossem capazes de sentar-se e assistir noventa minutos de “cores tão brilhantes”.
• Para o som do engenhoso órgão de madeira dos sete anões, o responsável pelos efeitos de sonoplastia teve de soprar dentro de garrafas cheias d’água. Já os barulhentos sapatos dos sete anões foram feitos utilizando uma carteira velha e vazia, e dobrando-a diversas vezes.
• Como pode ser percebido na cena do amanhecer na cabana dos anões, Branca de Neve não beija todos os homenzinhos. Isso se deve ao fato de que o filme estava longo demais, então os animadores resolveram não mostrar todos os anões sendo beijados, deixando Feliz de fora da cena.
• BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES foi traduzido para 20 idiomas, e houve uma grande preparação para as estréias mundiais, o que inclui a tradução dos títulos do filme, dos nomes nas camas dos anões e dos livros da Rainha, além das telas de texto, o que foi algo inovador para época. Desse modo, os cenários do filme não podiam conter letras, já que todas as palavras seriam traduzidas para os lançamentos internacionais.
• O primeiro filme a ter uma campanha de marketing no dia em que este estreou e a ter sua trilha sonora lançada em disco foi BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES.
• Foi o primeiro filme a usar storyboards e o primeiro filme a ter canções que ajudam na narrativa da estória.
• Mais de 750 artistas trabalharam em BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES, que levou quatro anos para ser produzido. Neste grupo inclui-se: 32 animadores, 102 assistentes, 107 inbetweeners, 20 artistas de layout, 25 pintores dos cenários, 65 animadores de efeitos especiais e 158 profissionais no departamento de pinturas das células. Foram criados mais de 1 milhão de desenhos, dos quais 250,000 foram usados. Os químicos do laboratório de pintura de Disney criaram seus próprios pigmentos resultados de formulas especiais e misturaram cerca de 1.500 cores e matizes para as células e cenários.
A pré-estréia especial do filme foi realizada no dia 21 de dezembro de 1937, no Carthay Circle Theater em Hollywood.
• Um fato curioso é que os atores que fizeram as vozes de Branca de Neve e o Príncipe (Adriana Castelotti e Harry Stockwell) não tinham convites para a premiere, e tiveram que entrar furtivamente. Na mesma premiere, Walt estava tão nervoso que não conseguira nem lembrar os nomes dos sete anões ao dar uma entrevista.
• Na Inglaterra, o filme foi considerado muito assustador para as crianças a ponto de alguns cinemas vetarem a entrada de menores de 16 anos sem a entrada de um responsável.
• A Academia ficou tão empolgada com BRANCA DE NEVE que entregou á Walt Disney um prêmio honorário composto de oito estatuetas representando a BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES. O premio foi entregue pela menina-prodígio Shirley Temple. O filme ainda foi indicado à categoria de Melhor Trilha Sonora.
• O filme lucrou apenas em 1937, na sua bilheteria mundial, U$8 milhões de dólares, um incrível montante, em dias em que uma criança podia entrar no cinema por 20 centavos.
• O impacto de BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES foi impressionante. O filme estreou no Radio Music City Hall em Nova York, e logo, em todo o país. Todos pareciam assobiar as canções.
A RCA lançou no início de 1938 um álbum com a trilha sonora; de fato, era o primeiro álbum de um filme a utilizar a verdadeira trilha gravada para o filme. Kay Kallen alcançou uma grandiosa vitória em merchandising. BRANCA DE NEVE foi o primeiro filme a ter uma completa campanha promocional no dia que o filme estreou. Os freqà¼entadores de cinemas podiam ir em suas lojas locais e comprar um souvenir de BRANCA DE NEVE e o filme iria se tornar a maior bilheteria de todos os tempos.
• Assim como nos EUA, BRANCA DE NEVE foi trazido ao Brasil pela RKO Radio Pictures, onde, sem surpresa, tornou-se um sucesso instantâneo.
• Foi o filme mais assistido até então (1937). Sua bilheteria continuou a maior de todos os tempos até …E O VENTO LEVOU.
• Com a renda vinda de BRANCA DE NEVE, Walt pôde construir seu gigantesco estúdio em Burbank, que continua lá até hoje!
•BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES não foi o primeiro longa-metragem animado como se tem sido anunciado algumas vezes. Foi, no entanto, o primeiro longa-metragem animado da América, o primeiro longa animado feito por um estúdio e não apenas por cineastas independentes e o primeiro longa em Technicolor.
• Walt uma vez disse que chegou a odiar BRANCA DE NEVE, pois todos os filmes que foram produzidos posteriormente eram comparados á ele, como sendo inferiores.
• O filme foi re-lançado nos cinemas pela primeira vez em 1944, começando uma tradição de Disney de re-lançar um animado por ano que persistiu até a introdução do home vídeo.
• BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES teve 8 relançamentos nos cinemas americanos: 22 de fevereiro de 1944, 13 de fevereiro de 1952, 7 de fevereiro de 1958, 11 de junho 1967, 20 de dezembro de 1975, 15 de julho de 1983, 17 de julho de 1987 e 2 de julho de 1993. Para o relançamento de 1958, a Disney substituiu os créditos iniciais e finais da antiga distribuidora RKO por novos créditos, já que agora a Disney distribuía um produto seu. Para o relançamento de 1987, em comemoração ao 50° aniversário do filme, os negativos originais foram totalmente restaurados. Em 1993, o filme foi levado ao computador e restaurado quadro-a-quadro, sendo o primeiro filme a ser restaurado e remasterizado digitalmente. E para o lançamento do filme em DVD em 2001, o filme novamente foi melhorado para qualidade digital.
• Em 1993, o USA Today computou que se ajustado pela inflação e escalando os preços das bilheterias, os lucros de BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES nos cinemas iria exceder os $6 bilhões! Ajustado exatamente pela inflação, BRANCA DE NEVE ainda um dos animados mais lucrativo de todos: lucrou nos EUA $80.89 milhões correspondendo a $242.24 milhões.
• Em 1989, a Biblioteca do Congresso dos EUA contribuiu para inscrever BRANCA DE NEVE definitivamente nos anais da história do cinema, incluindo-o no rol dos 25 primeiros filmes a serem honrados e preservados pelo Arquivo Nacional de Cinema.
• Em 1996, o American Film’s Institute incluiu BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES na sua lista de 100 melhores filmes norte-americanos de todos os tempos, ocupando a 49a posição.
• Quando uma versão remasterizada fora lançada em vídeo em 1994, essa vendeu mais que PARQUE DOS DINOSSAUROS! E o vídeo de 2001 fora lançado em 95% dos mercados estrangeiros, assumindo o topo da lista dos animados mais vendidos fora dos EUA em VHS e DVD, alcançando o número de 8 milhões de unidades vendidas. Adicionando isso à s vendas do VHS original de 1994, o montante soma 26 milhões de unidades, passando a frente de O REI LEÃO que teve 24 milhões de copias vendidas. No primeiro dia de venda nos EUA, em 8 de outubro de 2001, o DVD vendeu nada mais do que 1 milhão de copias, batendo todos os recordes de cópias vendidas em um primeiro dia até então.